INTRODUÇÃO

Novidades em esclerose múltipla, do diagnóstico ao tratamento

As principais novidades na área da esclerose múltipla (EM) apresentadas no MS Virtual 2020, a oitava edição do congresso conjunto do European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis (ECTRIMS) com o Americas Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis (ACTRIMS), foram analisadas neste webinar por alguns dos mais reconhecidos especialistas portugueses nesta doença. A Prof.ª Ana Martins da Silva, líder do Grupo de Neuroimunologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto/Hospital de Santo António, centrou a sua análise na etiopatogenia e no diagnóstico. Estes dois domínios foram alvo de muitas apresentações, que divulgaram avanços sobre o conhecimento da imunopatogénese da EM e dados recentes acerca do potencial de biomarcadores como o microácido ribonucleico (miRNA), os neurofilamentos ou a proteína ácida fibrilar glial (GFAP, na sigla em inglês).

Em seguida, o Dr. José Vale, diretor do Serviço de Neurologia do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, incidiu sobre o tratamento, dando particular enfoque à discussão de estratégias para a EM surto-remissão (escalonamento versus terapêuticas de indução) e para as formas progressivas primárias e secundárias da doença. Os dados já conhecidos sobre o impacto da COVID-19 em doentes com EM sob tratamento imunomodulador foram apresentados com destaque no MS Virtual 2020 e também foram comentados por José Vale neste webinar conjunto do Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla com a Sociedade Portuguesa de Neurologia, que contou com o apoio da Novartis.

Dia

Terça-feira,
06 OUT 2020

Hora

18H30

Duração

1h30m
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Agenda

  • Highlights MS Virtual 2020
    06
    Out2020
    18H30
Dr.ª Isabel Luzeiro
Prof. João Cerqueira
Dr. Filipe Palavra

Introdução e moderação

Dos neurofilamentos à cognição, da tomografia de coerência ótica (OCT, na sigla em inglês) à ressonância magnética com recurso a medidas além da atrofia cerebral (como as lesões corticais), foram muito diversos os dados apresentados no congresso MS Virtual 2020 na área do diagnóstico da esclerose múltipla (EM). “Discutiram-se vários marcadores de diagnóstico que começam agora a ser introduzidos na prática clínica”, refere o Prof. João Cerqueira, coordenador do GEEM e um dos moderadores deste webinar de highlights do MS Virtual 2020. Em termos de prognóstico, também foram apresentados alguns dados que João Cerqueira considera interessantes, sobretudo no que se refere à história natural das formas secundariamente progressivas de EM.

Em relação ao tratamento, foram divulgados novos resultados de vários fármacos já em utilização, “sobretudo dados de segurança a longo prazo, impacto em termos de atrofia cerebral e neurofilamentos”, resume João Cerqueira. Neste 8.º congresso conjunto do ACTRIMS com o ECTRIMS, também foram apresentados dados sobre a segurança e a eficácia de fármacos que tiveram aprovação recente ou que deverão tê-la em breve, como o ofatumumab, o ozanimod e o ponesimod. “Os resultados principais dos ensaios clínicos destes medicamentos foram apresentados no ano passado. Agora, há dados novos, com maior tempo de seguimento, que foram revistos neste webinar”, avança o também coordenador da Consulta de Neuroimunologia/Esclerose Múltipla do Hospital de Braga.

João Cerqueira destaca uma comunicação sobre um estudo italiano que demonstrou, “de modo muito contundente, que começar a tratar os doentes com terapêuticas de alta eficácia desde o início tem um grande impacto, mesmo ao fim de 10 ou 15 anos de evolução da EM”. Segundo o neurologista, “os resultados deste estudo “muito bem feito e com um grande número de doentes” constituem “um argumento de peso para não tratar os doentes de modo subótimo nas fases iniciais de EM”.

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Prof.ª Ana Martins da Silva

Da etiopatogenia aos biomarcadores

Resumir as novidades no âmbito da etiopatogenia e do diagnóstico/prognóstico da esclerose múltipla (EM) apresentadas no MS Virtual 2020 não é tarefa fácil, dada a diversidade de estudos em áreas muito diferentes, como a fisiopatologia, a imunogenética, a epidemiologia clínica, entre outras. A pesquisa de biomarcadores de diagnóstico e prognóstico, como são exemplos os miRNA, os neurofilamentos e os estudos imagiológicos, foram citados na desafiante tarefa a que se propôs a Prof.ª Ana Martins da Silva, nos cerca de 30 minutos da sua apresentação no webinar.

No que toca à fisiopatologia, a líder do Grupo de Neuroimunologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto/Hospital de Santo António destaca a sessão plenária do congresso, que consistiu na palestra “New insights on immunopathogenesis” do Prof. Stefan Bittner, neurologista no Hospital Universitário de Münster, na Alemanha. Este orador “fez uma revisão dos principais estudos publicados em 2019 e 2020, que traduzem avanços no conhecimento da imunopatogénese da EM, enfatizando a importância dos diferentes tipos de células do sistema imune como players nesta doença complexa, com mecanismos inflamatórios e neurodegenerativos dinâmicos ao longo do seu curso”, explica Ana Martins da Silva.

A neurologista também analisou várias apresentações nas quais foram divulgados “dados interessantes” sobre o papel dos fatores genéticos, epigenéticos, ambientais e do microbioma na etiopatogenia da EM. É o caso da sessão sobre “a importância da interação aditiva e multiplicativa dos fatores ambientais e genéticos na esclerose múltipla em idade pediátrica” e de outra que apresentou “uma revisão da estrutura do sistema nervoso entérico e dos estudos básicos e clínicos que suportam a importância deste sistema no aparecimento e na evolução da EM”.

No webinar, Ana Martins da Silva percorreu ainda temas como a caracterização da fase de pródromo da EM e o papel da obesidade, da síndrome metabólica e dos fatores de risco cardiovascular no diagnóstico e no curso da doença. Foram também comentadas várias novidades sobre biomarcadores como os miRNA, os neurofilamentos, a proteína acídica fibrilhar glial (GFAP, na sigla em inglês) e os exames imagiológicos.

Neste âmbito, a neurologista destacou uma comunicação oral que teve por base dados do ensaio clínico de fase III EXPAND, com siponimod versus placebo em doentes com EM secundária progressiva, no qual foram investigados os níveis séricos de GFAP como biomarcadores de prognóstico. “Os resultados mostram que os níveis séricos de GFAP na baseline foram preditores de progressão, suportando que, tal como os neurofilamentos de cadeia leve (NFl), este seja um biomarcador de incapacidade”, conclui Ana Martins da Silva.

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Dr. José Vale

Avanços terapêuticos e experiência sobre a COVID-19

A 8.ª reunião trienal conjunta do European Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis (ECTRIMS) com o Americas Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis (ACTRIMS) foi a primeira a decorrer exclusivamente online. Mas o novo formato deste MS Virtual 2020 não resultou numa redução significativa do conteúdo. “O programa científico foi extenso, contando com cerca de 50 sessões orais e 1100 pósteres”, sublinha o Dr. José Vale.

Segundo o diretor do Serviço de Neurologia do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, “há muitos anos que a terapêutica tem um grande peso nesta reunião e a edição de 2020 não fugiu à regra”. No webinar promovido pelo Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla com a Sociedade Portuguesa de Neurologia, este orador debruçou-se precisamente sobre as principais novidades no âmbito do tratamento da esclerose múltipla (EM). “Genericamente, o principal enfoque foi colocado na discussão de estratégias para a EM surto-remissão (escalonamento versus terapêuticas de indução) e para as formas progressivas (primárias e secundárias).” Outro grande ponto de interesse deste congresso foi a apresentação dos resultados da experiência acumulada sobre o impacto da infeção por COVID-19 em doentes com EM sob tratamento imunomodulador.

Além de referir os trabalhos mais relevantes que foram apresentados sobre estes temas, José Vale incidiu sobre os resultados dos novos fármacos para a neuromielite ótica e os dados de eficácia e segurança relativos a estudos de longo prazo com novas terapêuticas para a EM. A preleção do também presidente do Colégio da Especialidade de Neurologia da Ordem dos Médicos incluiu ainda algumas novidades no âmbito do tratamento das formas pediátricas da doença.

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Discussão e resposta às perguntas da assistência

Os conferencistas

Moderadores e oradores

Prof.ª Ana Martins da Silva

Líder do Grupo de Neuroimunologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto/Hospital de Santo António Ler mais

Dr. José Vale

Presidente da Comissão Científica da SPN e diretor do Serviço de Neurologia do Hospital Beatriz Ângelo, Loures Ler mais

Suporte científico

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